Muito tempo sem atualizar, então vamos a algo que mereça.
Charlie Kaufman repete neste roteiro a genialidade mostrada em Adaptação e Quero Ser John Malkovich, transformando o cotidiano em surreal, mas trazendo a tona uma forte reflexão à qual todos se fazem e ocultam:
Não admitimos ser excluídos da vida de alguém que gostamos como uma simples memória de um passado esquecível. Mesmo rejeitados, maltratados, ignorados, queremos alimentar a esperança de que a pessoa está enganada, e que logo perceberá seu erro e se arrependerá e tudo voltará a ser como antes. Admitir que a pessoa quer prosseguir sem você e tudo o que ela faz é um progresso neste sentido, faz levantar a dúvida se você realmente´foi importante para alguém.
Ao contrário do que muitos visualizam no filme, sobre as memórias ruins serem tão importantes quanto as boas, porque elas é que nos transformaram em quem somos, e que esquecer seu passado é esquecer de si mesmo, o personagem de Carrey traz a reflexão a outro nível, mostrando que o seu passado só é realmente importante não por ser a sua vida, mas por marcar a vida de outras pessoas e elas desejarem recordar de você.
Afinal a eternidade do ser é obtida pela lembrança dos que permanecem.
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